Mulheres são menos suscetíveis ao TEA

 

Artigo Original: A HigherMutational Burden in Females Supports a “Female Protective Model” in Neurodevelopmental Disorders

 Revista de publicação: AJHD

Autores: Sébastien Jacquemont  Bradley P. Coe Micha Hersch Michael H. Duyzend Niklas Krumm Sven Bergmann Jacques S. Beckmann Jill A. Rosenfeld Evan E. Eichler

A comunidade científica acredita que os homens têm maior risco de desenvolver distúrbios do neurodesenvolvimento, como o autismo, em relação às mulheres, já que o número de homens autistas é significantemente maior. No entanto, as razões subjacentes desse fato ainda não são claras. Este é o primeiro estudo que demonstra de forma convincente uma diferença no nível molecular entre meninos e meninas encaminhados à clínica por conta de uma deficiência no neurodesenvolvimento.

Nesse estudo, foram analisadas amostras de DNA e conjuntos de dados de sequenciamento gênico de um grupo composto por cerca de 16.000 indivíduos que apresentavam tais distúrbios e outro grupo composto por cerca de 800 famílias afetadas especificamente pelo TEA.

 Os pesquisadores analisaram duas variações genéticas:

-variantes do número de cópias (CNVs), que são variações individuais no número de cópias de um determinado gene;

-variantes de nucleotídeo único (SNVs), que são variações na sequência de DNA que afetam um único nucleotídeo.

Eles descobriram que as mulheres com diagnóstico de distúrbio do neurodesenvolvimento ou TEA tinham um número maior de CNVs prejudiciais do que os homens com diagnóstico do mesmo distúrbio. Notou-se também que as mulheres com diagnóstico de TEA tinham um número maior de SNVs prejudiciais do que os homens com TEA. 

Essas descobertas sugerem que o cérebro feminino requer alterações genéticas mais extremas do que o cérebro masculino para produzir sintomas de TEA ou distúrbios do neurodesenvolvimento. 

Os resultados também desviam o foco do cromossomo X para a base genética do viés de gênero, sugerindo que a diferença de carga é ampla do genoma. No geral, concluiu-se que as mulheres são menos afetadas pelas mutações genéticas do que os homens.