Hormônio do amor amplia sociabilidade de autistas
Artigo original: Trust hormone may improve autism
Revista de Publicação: Science
Autores: Evdokia Anagnostou
O hormônio ocitocina é popularmente conhecido como ‘’
Hormônio do amor ‘’, pois, além de exercer papel fundamental no corpo da mãe no
pós-parto estimulando o amor pelo recém-nascido, essa substância é responsável
por estimular a interação social nos mamíferos.
Além disso, foi comprovado que autistas possuem uma taxa
média menor dessa substância no organismo, dessa forma, explica-se parcialmente
também a dificuldade sociocomunicativa característica daqueles que apresentam esse
espectro.
A equipe pesquisadora promoveu um estudo sobre a relação do
hormônio e a sociabilidade do autista por meio da criação de um jogo.
No jogo computadorizado havia quatro caixas, indicando três
jogadores virtuais e o participante. A brincadeira consistia em jogar a
bola para um desses jogadores.
Para lançar a bola para outro jogador, o participante deveria
clicar em uma das caixas.
Cada caixa continua um tipo de jogador: alguns eram
amigáveis, e lançavam a bola de volta ao participante, outro eram “egoístas”, e
ficavam com a bola para si.
Cada voluntário jogou 2 vezes: uma sobre influência de um
spray com o hormônio e outra após o uso de um spray placebo. Observou-se que o
voluntário, quando com o placebo, clicava igualmente nas caixas dos personagens
bons e dos os “egoístas”. Enquanto sob efeito do hormônio foi observado que o
indivíduo brincava preferencialmente com os jogadores amigáveis.
Dessa forma, é possível concluir que o hormônio estimulou o
indivíduo autista a agir conforme os preceitos sociais aceitos, como justiça e
empatia, caracterizando um aprendizado social.
Além disso, observou-se também que, quando sob efeito da
ocitocina, esses indivíduos eram mais aptos a manterem contato visual, algo que
dificilmente ocorre em pessoas do espectro.
Portanto, em termos de aplicações terapêuticas, os estudos
mostraram que abordar o autismo precocemente com tratamentos hormonais pode, em
muitos, ajudar a amenizar as características antissociais típicas do espectro.
Vale ressaltar que as conclusões dessa pesquisa não são
universais por conta da pequenez do grupo analisado. Para a obtenção de conclusões
significativas, seria necessária a repetição do estudo em diversos países e com
pessoas de variadas classes sociais.