Discalculia

 

Discalculia

A Discalculia é um tipo de transtorno de aprendizagem. Ela é caracterizada por uma inabilidade ou incapacidade de pensar, refletir, avaliar ou raciocinar processos, cálculos ou tarefas que envolvam  números ou conceitos matemáticos.

Entre os sintomas, destacam-se a

dificuldades na identificação visual e auditiva de números,

dificuldade para contar,

não compreender ou confundir os sinais matemáticos,

problemas de lateralidade,

trocar a ordem dos números quando copia da lousa,

dificuldade de entender as horas e moedas e

dificuldade de estimar medidas.

Em torno de 1% das crianças pode ter Discalculia, sendo uma condição biológica geneticamente determinada, tendo relatos parecidos num dos pais ou em parentes próximos.

Não podemos confundir Discalculia com a má pedagogia de muitos profissionais da educação, que não aplicam métodos eficientes para o aprendizado da matemática por seus alunos.

Discalculia é um problema biológico e inato, e nada tem a ver com a capacidade profissional, metodologia e empenho do professor de matemática do aluno.

Foram realizados estudos de imagem com pessoas com e pessoas sem discalculia, e notou-se que os primeiros apresentavam uma região cerebral, o sulco intra-parietal, menor.

O diagnóstico requer avaliação multidisciplinar com o envolvimento de especialistas nas áreas de psicopedagogia, neuropsicologia e neuropediatria.


O tratamento é baseado em intervenção precoce,  adaptação curricular e suporte psicopedagógico.

 

A escola deve compreender a dificuldade e fazer modificações no conteúdo, visando facilitar a aprendizagem da matemática utilizando-se de materiais concretos para ensiná-la.

 

O apoio psicopedagógico ajudará a criança a entender sua dificuldade e manejá-la da melhor forma possível incluindo estratégias metacognitivas.  

 

Todas as informações aqui apresentadas sobre a Discalculia foram retiradas dos sites NeuroConecta e NeuroSaber

 

Links:

https://institutoneurosaber.com.br/o-que-e-discalculia/

https://neuroconecta.com.br/conheca-os-principais-transtornos-de-aprendizagem/

 

dislexia

 

Dislexia

Estima-se que a dislexia atinja entre 5% a 17% da população mundial.

Mas infelizmente, os profissionais das áreas de saúde e educação têm pouco conhecimento sobre essa condição, o que pode dificultar o diagnóstico e atrapalhar a vida dessas pessoas.

 A dislexia é caracterizada por grande dificuldade na decodificação de símbolos, ou seja, uma pessoa com dislexia terá problemas em associar um som à sua letra correspondente.

Alguns “sintomas” da dislexia:

Lentidão na aprendizagem,

 dificuldade de concentração,

 escrevem as palavras de forma “estranha”,

 erros frequentes de ortografia,

dificuldades de soletrar,

trocam as letras com sons ou grafias parecidas,

dificuldade em ler em voz alta

dificuldade de compreender textos lidos.

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, cerca de 17% da população mundial possui esse Transtorno de Aprendizagem.

O diagnóstico da Dislexia é realizado com ajuda de uma equipe multidisciplinar (Professores, Psicóloga, Psicopedagoga, Neurologista, Pediatra, Neuropediatra...). Seu tratamento visa superar as dificuldades da criança e desenvolver suas habilidades para que consiga aprender de forma efetiva.

Pessoas no Espectro Autista podem também apresentar sintomas do  Transtorno de Aprendizagem, como a dislexia.

As informações apresentadas nesse post foram retiradas do site NeuroConecta (https://neuroconecta.com.br/conheca-os-principais-transtornos-de-aprendizagem/ e https://www.youtube.com/watch?v=uMIOHFSd4aY)

O que são os transtornos de aprendizagem?

 

O que são os transtornos de aprendizagem?

Uma pessoa autista pode apresentar também outros transtornos, como o Transtorno do Processamento Sensorial, Transtorno de Ansiedade e o Transtorno de Aprendizagem.

Pensando nisso, vamos fazer uma série sobre o Transtorno de Aprendizagem e suas subdivisões: dislexia, discalculia, disortografia e disgrafia.

O que é o Transtorno de aprendizagem?

Quem possui algum tipo de Transtorno de Aprendizagem sente uma dificuldade pontual e específica, que está ligada a uma disfunção neurológica, sendo assim, o cérebro funciona de uma forma diferente.

Nesses casos, a criança (ou jovem) é afetada pelo fato de o cérebro não receber, processar, analisar ou armazenar informações de forma adequada.

Muitas crianças têm dificuldades para ler, escrever ou realizar outras tarefas relacionadas à aprendizagem em algum momento do período escolar.

Os pais e professores precisam ficar atentos se eles não possuem algum Transtorno de Aprendizagem.

Geralmente, essas crianças apresentam vários sinais que variam de pessoa para pessoa, mas não vão embora ou melhoram com o tempo.

De acordo com o DSM-5 o Transtorno de Aprendizagem pode estar relacionado a fatores genéticos e ambientais.

Esse transtorno afeta a capacidade do cérebro de assimilar as informações tanto verbais (escrita ou falada) quanto não verbais (por gestos, tom de voz, postura corporal etc.).

De acordo com a American Psychiatric Association, entre 5 a 15% das crianças em idade escolar (e cerca de 4% dos adultos) sofrem com esse transtorno.

 

As informações sobre o Transtorno de Aprendizagem apresentadas nesse post foram retiradas do site NeuroConecta

Link:

https://neuroconecta.com.br/conheca-os-principais-transtornos-de-aprendizagem/

VIDEOGAMES COMO INTERVENÇÃO NO AUTISMO?

 Artigo original: "A full-body interactive videogame used as a tool to foster social initiation conducts in children with Autism Spectrum Disorders"

Autores: María Ángeles Mairena,Joan Mora-Guiard,Laura Malinverni,Vanesa Padillo,Lilia Valero,Amaia Hervás,Narcis Pares

Publication: Research in Autism Spectrum Disorders

Publisher: Elsevier

Date: November 2019

© 2019 Elsevier Ltd. All rights reserved.

O uso de jogos virtuais interativos como forma de intervenção para crianças no Espectro Autista apresenta cada vez mais repercussão em todo o mundo. Essas intervenções têm demonstrado facilitar os processos de motivação e aprendizagem em crianças autistas.

O estudo que abordaremos nessa postagem teve como objetivo avaliar as melhoras sociocomunicativas observadas nas crianças autistas ao receberem intervenções baseadas em videogames tecnológicos que estimulam todo o corpo da criança.

Um total de 15 crianças (idades de 4 a 6 anos) participaram de quatro sessões. Em cada sessão elas passavam metade do tempo brincando com o videogame Pico's Adventure e a outra metade brincando de forma livre, sozinhas ou com acompanhantes.

Observou-se que, durante o jogo do videogame, as crianças demonstravam mais condutas de iniciação social do que quando brincavam livremente. Além disso, notou-se uma redução dos comportamentos repetitivos, também chamados de estereotipias, e um aumento no número de gestos.

Considerando todos esses resultados, o videogame pode ser considerado uma ferramenta adequada para fomentar comportamentos sociais, mas estudos futuros são necessários para obter mais dados que suportem essa hipótese.

Hipersensibilidade olfativa autismo

 

Sensibilidade olfativa aprimorada em condições do espectro do autismo

Chris Ashwin 1, Emma Chapman 2, Jessica Howells 2, Danielle Rhydderch 2, Ian Walker 3, Simon Baron-Cohen 4

Como já comentamos em postagens anteriores, pessoas autistas podem apresentar diversos tipos de hipersensibilidade sensorial, entre eles, a hipersensibilidade olfativa.

Nossa equipe encontrou um artigo científico da revista PubMed que abordava exatamente esse tema.

Esse estudo contou com a participação de 17 homens autistas e 17 homens neurotípicos, e a sensibilidade olfativa deles foi testada usando o “Alcohol Sniff Test” (AST), que é uma avaliação clínica que calcula a maior distância entre a fonte de odor e o indivíduo para que ele consiga sentir o cheiro.

Detectou-se que os homens autistas conseguiam sentir o cheio a uma distância média 24,1 cm, enquanto os homens neurotípicos apresentaram uma distância média de 14,4 cm

Concluiu-se, portanto, que a hipersensibilidade olfativa está intensamente relacionada ao Transtorno do Espectro Autista.

Diante dessas informações, é importante refletirmos sobre a empatia, uma característica muito importante quando estamos falando sobre qualquer tipo de hipersensibilidade.

Se uma pessoa se recusa ao máximo a provar uma comida ou reclama sobre o cheiro de um ambiente, muitas vezes escutamos frases do tipo:

“Quanta frescura! Você já é um adulto, deveria comer de tudo!”

“Que criança fresca!”

“Se fosse filho meu...”

Nessas situações, devemos ser respeitosos e empáticos afinal, essa pessoa pode apresentar uma intensa hipersensibilidade olfativa e sentir os cheiros de forma muito diferente!

Se você não gosta do cheiro de uma comida, você a come mesmo assim?

Então jamais force uma pessoa, independente da idade dela, a comer/ ficar em um ambiente cujo cheiro não a agrada.

HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA

A hipersensibilidade auditiva é um dos sintomas mais frequentes do Transtorno do Espectro autista, e, ao mesmo tempo, um dos menos compreendidos.

Em breves palavras, ela ocorre quando a pessoa está com a audição “mal calibrada”, portanto, o processamento dos sons não ocorre de maneira adequada.

A Hipersensibilidade auditiva pode ser classificada de duas formas

Hiperacusia: Sensibilidade ao “volume” do som (pressão sonora)

Para pessoas com Hiperacusia, sons muito altos podem ser extremamente desconfortáveis. Uma forma de identificar esse sintoma desde a infância é ver se a criança cobre os ouvidos quando escuta barulhos altos.

Fonofobia: sensibilidade à frequência sonora (barulhos graves e agudos). Nesse caso, as frequências sonoras são “enviadas” para o lugar errado do cérebro (em vez de irem para o córtex auditivo, são enviadas para as regiões que cuidam do comportamento), podendo ocasionar alterações no comportamento da pessoa hipersensível.

É muito importante identificar o tipo de hipersensibilidade auditiva de uma pessoa, pois assim será possível encontrar meios de amenizar esse sintoma da forma mais adequada possível.

Os dados apresentados nessa postagem foram extraídos do texto: “Hipersensibilidade auditiva” do Instituto Priorit

https://www.institutopriorit.com.br/hipersensibilidade-auditiva/

SELETIVIDADE ALIMENTAR NO AUTISMO

 

O que é a seletividade alimentar?

Antes de mais nada, é importante ressaltar que muitas crianças neurotípicas apresentam relutâncias e breves seletividades na alimentação, no entanto, essa seletividade é ainda mais intensa entre os autistas.

Por conta de uma hipersensibilidade sensorial, muitos autistas se sentem extremamente desconfortáveis com algumas cores, texturas, sabores, temperaturas, cheiros e formas dos alimentos.

Recomenda-se que seja oferecida uma mesma comida de variadas formas (assada, frita, cozida, crua, quente, gelada) até que se encontre uma que não afete o paladar do autista.

Além disso, podemos verificar uma relação entre a seletividade alimentar e a padronização (dificuldade de lidar com “mudanças”). Um exemplo disso é que muitos adultos e crianças autistas preferem industrializados (bolachas, sopas, etc) a alimentos naturais (frutas, verduras, vegetais). Isso pode ser explicado pelo fato de que o alimento industrializado sempre tem o mesmo gosto, a mesma textura, a mesma cor, enquanto jabuticabas, por exemplo, têm cores, tamanhos, sabores diferentes: algumas são docinhas, outras mais azedinhas, outras mal tem gosto, algumas tem caroços maiores, outras menores... muitas variações imprevisíveis!

A preferencia pela padronização e pela previsibilidade pode ser também identificada na relutância de muitos autistas em experimentarem alimentos novos: como comer algo que você não sabe o gosto e a textura?

 

Como amenizar as consequências nutricionais da seletividade alimentar?

É importante que a pessoa com seletividade alimentar busque o acompanhamento de nutricionistas, nutrólogos e psicólogos para a organização de uma dieta e uma suplementação vitamínica que não rompam as preferencias do autista e o auxiliem a repor os nutrientes não ingeridos. Além disso, esses profissionais auxiliarão a identificar os padrões preferidos (sabores, texturas comuns entre os alimentos mais bem “aceitos”) e achar novos alimentos que se encaixam nesses padrões, de forma a enriquecer a dieta do autista com seletividade alimentar.


Essa postagem foi inspirada no texto "Autismo e Seletividade Alimentar:

o que é e como ajudar?"

https://www.grupoconduzir.com.br/o-autismo-e-seletividade-alimentar/

  • Cermak, S. A., Curtin, C., & Bandini, L. G. (2010). Food selectivity and sensory sensitivity in children with autism spectrum disorders. Journal of the American Dietetic Association110(2), 238–246. http://doi.org/10.1016/j.jada.2009.10.032.
  • Marí-Bauset, S., Zazpe, I., Marí-Sanchis, A., Llopis-González, A., & Morales-Suárez-Varela, M.M. (2014). Food selectivity in autism spectrum disorders: a systematic review. Journal of child neurology, 29 11, 1554-61.

HIPERSENSIBILIDADE SENSORIALE AUTISMO

 

 

O Transtorno do Espectro Autista afeta mais do que somente áreas referentes à socialização e comunicação de um indivíduo.

Em muitos casos, notamos uma sensibilidade sensorial (visão, audição, olfato, tato, paladar) acima ou abaixo do normal entre os autistas. Essa sensibilidade incomum também pode ser denominada de TPS (Transtorno do Processamento Sensorial). Isso quer dizer que a sua percepção das sensações não está regulada da forma adequada.

 

Exemplos de Transtornos do Processamento Sensorial comuns entre os autistas:

-Seletividade alimentar, dificuldade de experimentar novos alimentos

-Sensibilidade auditiva: percepção dos sons acima ou abaixo do normal, desconforto com barulhos altos, graves e/ ou agudos

-Sensibilidade olfativa: alta ou baixa percepção de cheiros, desconforto com cheiros diferentes

-Sensibilidade tátil: quando acima do normal: desconforto com etiquetas, lençóis novos e/ou tecidos diferentes; abaixo do normal: dificuldade em sentir dor e/ou em perceber texturas (temos uma postagem sobre isso!)

-Sensibilidade visual: desconforto e/ou fixação em luzes, luzes piscando, luzes coloridas, ambientes desarrumados e/ou muito coloridos


Texto inspirado no texto: Sobre hipersensibilidade e autismo | Clube Materno

MASKING AUTISMO

 

MASKING NO AUTISMO

Artigo original: “Autism Masking: To Blend or Not to Blend”

Revista: HealthLine

https://www.healthline.com/health/autism/autism-masking

O que é “masking” no autismo?

O “masking” é uma estratégia de sobrevivência na sociedade por meio da camuflagem dos sintomas do autismo. Ele nem sempre acontece de forma consciente. Apesar de ser variável de pessoa para pessoa, o “masking” inclui esses comportamentos comuns:

·        forçar ou fingir contato visual durante as conversas

·        imitar sorrisos e outras expressões faciais

·        imitar gestos

·        esconder ou minimizar interesses pessoais

·        desenvolver um repertório de respostas ensaiadas para perguntas

·        scripts de conversas

·        suportar desconfortos sensoriais intensos, como ruídos altos

·        disfarçar comportamentos de “stimming” (esconder um pé balançando ou trocar um movimento preferido por um que seja menos óbvio)

As pessoas podem mascarar o autismo por vários motivos, como:

·        Tentar se sentir seguro e evitando o estigma

·        Evitar maus-tratos, preconceito ou bullying

·        Ter sucesso no trabalho

·        Atrair um parceiro romântico

·        Fazer amigos e outras conexões sociais

·        Buscar um sentimento de pertencimento a um grupo

 

Quais são os estágios do “masking” no autismo?

Embora o “masking” seja diferente de pessoa para pessoa, algumas de suas características comuns são:

·        aprender dicas sociais de várias formas de mídia

·        observe as interações sociais entre as pessoas ao seu redor

·        monitorar suas próprias expressões faciais e linguagem corporal

·        pesquisar regras e normas sociais

·        pratique parecer interessado ou relaxado

·        ajustar seu tom de voz para combinar com os padrões vocais de outras pessoas

Algumas pessoas são tão eficazes no “masking” que ninguém pode dizer que estão “fingindo” ou atuando. Outros são menos eficazes no “masking”.

De qualquer forma, o esforço cognitivo e emocional decorrente do “masking” afeta a saúde mental e física das pessoas que o praticam, que relatam se sentem esgotadas e exaustas pelo esforço de tentar se encaixar nos padrões neurotípicos de comportamento.

 

Quem tem maior probabilidade de mascarar seu autismo?

Pessoas de todo o espectro podem fazer o “masking”, mas é notável que as mulheres camuflam seus comportamentos com mais frequência do que os homens. Algumas pesquisas da PubMed sugerem que meninas e mulheres autistas podem ser mais inclinadas a desenvolver amizades do que meninos e homens autistas devido a sua maior eficiência em camuflar seus sintomas e dificuldades sociais.

 

Embora tenha havido mais pesquisas recentemente sobre o “masking” no autismo, mais estudos precisam ser feitos para entender como o sexo e o gênero moldam o mascaramento, bem como a aparência do mascaramento em todo o espectro de gênero.

 

Quais são os efeitos do mascaramento do autismo?

O mascaramento pode ser comum em lugares onde há pouco suporte para a neurodiversidade. No entanto, apesar dos “benefícios sociais” decorrentes do “masking”, devemos ter ciência das consequências negativas desse fenômeno.

O tempo gasto pelo autista no aprendizado e imitação de comportamentos neurotípicos é um tempo que não foi investido em outros tipos de desenvolvimento pessoal, como terapias e intervenções específicas para o espectro. Além disso, o esforço usado para copiar interações neurotípicas pode rapidamente levar à sobrecarga social.

 

Aqui estão alguns dos efeitos do “masking”

-Estresse e ansiedade. Em um estudo de 2019 na PubMed, os pesquisadores descobriram que o estresse e a ansiedade eram maiores em pessoas que camuflavam traços autistas do que naquelas que usavam o “masking” com menos frequência.

-Depressão. Em 2018, os pesquisadores da PubMed entrevistaram 111 adultos autistas, descobrindo que aqueles que relataram camuflar seus traços autistas tinham sintomas de depressão e não se sentiam aceitos pelas pessoas em sua esfera social.

-Exaustão. O mascaramento consome uma grande quantidade de energia. Em um estudo de 2016 da PubMed, mulheres que usaram o “masking” para satisfazer os padrões neurotípicos disseram que se sentiam exaustos com o esforço constante.

-Identificação atrasada do autismo. Algumas pessoas têm tanto sucesso com a camuflagem de sintomas que seu autismo não é identificado até que sejam adultas. Esse atraso pode levar a problemas de saúde mental porque as pessoas não recebem o apoio ou a compreensão de que precisam durante seu desenvolvimento.

-Perda de identidade. Algumas pessoas que mascaram sua identidade, interesses e características acabam sentindo que não sabem mais quem realmente são. Alguns disseram que o “masking” parece uma “auto-traição”; outros disseram que o “masking” os faz sentir que estão enganando outras pessoas.

-Risco de “esgotamento autista” (autistic burnout). Quando as pessoas se esforçam para se comportar de maneiras que não são autênticas, o resultado pode ser uma sensação avassaladora de sobrecarga, às vezes chamada de “autistic burnout”, ou “esgotamento autista”. O mascaramento pode exigir um longo período de retirada silenciosa e recuperação.

-Risco aumentado de pensamentos suicidas. Em um estudo recente da PubMed, a camuflagem prolongada foi associada a "suicídio vitalício". O estudo foi relativamente pequeno (160 alunos) e envolveu principalmente mulheres (89,6%). No entanto, mostrou que a camuflagem fazia com que se sentisse um fardo, o que, por sua vez, levava a mais sentimentos de insatisfação e pensamentos suicidas ao longo da vida.

 

Qual é a perspectiva para pessoas autistas?

O CDC relata que ainda não há cura para o autismo, e muitos da Trust Source na comunidade do autismo afirmam que a neurodiversidade em si não precisa ser curada.

 

Na verdade, alguns defensores do autismo acham que a melhor maneira de prevenir os efeitos prejudiciais à saúde do mascaramento é tornar o mundo um lugar mais seguro e favorável para pessoas que funcionam de maneira diferente - em suma, reduzir a necessidade de fingir e camuflar.

 

Um benefício importante para identificar o autismo precocemente é que isso dá às famílias a chance de aprender sobre as necessidades de seus filhos e de criar um ambiente no qual seus filhos possam se sentir aceitos e apoiados.

 

O resultado final

Mascarar é uma estratégia de sobrevivência complexa e cara para pessoas autistas. Geralmente envolve aprender intencionalmente comportamentos neurotípicos e imitá-los em situações sociais.

 

Às vezes, o mascaramento se concentra em esconder comportamentos que as pessoas sentem que não serão aceitos. Em outros casos, concentra-se na preparação de scripts e estratégias para compensar as diferenças de comunicação.

 

As pessoas podem mascarar suas características de autismo por muitos motivos - para impulsionar suas carreiras, conectar-se com outras pessoas ou evitar serem estigmatizadas por outras pessoas. O mascaramento pode ajudar às vezes, mas a camuflagem regular pode ter efeitos graves na saúde mental e física. Isso pode incluir ansiedade, depressão, exaustão, perda de identidade e pensamentos suicidas.

 

Uma maneira de minimizar os efeitos prejudiciais de mascarar o autismo é trabalhar em prol de um mundo em que a neurodiversidade seja aceita e as pessoas sejam tratadas com respeito e gentileza, quer se comuniquem de maneiras neurotípicas ou não.

Você conhece Joshua Bedford?

 

6 year-old studies Philosophy, Math, and History at Oxford “

Revista: Milwaukee Courier

https://milwaukeecourieronline.com/index.php/2013/11/23/6-year-old-studies-philosophy-math-and-history-at-oxford/

 

Você conhece Joshua Bekford?

Joshua é um mocinho de 14 anos autista que quer mudar o mundo. Ele aprendeu a ler aos dois anos de idade e foi aceito na Universidade de Oxford aos 6 anos de idade?

O pai de Joshua conta que, aos 10 meses de idade, ele já conseguia identificar as letras do alfabeto! Ele dizia: “aponte para tal letra” e o bebê apontava! Depois, eles começaram a pedir que ele apontasse também cores. Ele não errava nenhuma!

Com três aninhos, Joshua sabia o nome da maioria dos carros e o lugar de fabricação de cada concessionária.

 

O pai conta que ele fazia milhares de perguntas o dia todo. Diz até que a maioria das perguntas eram complexas demais para uma criança da idade dele:

Pai, eu quero avaliar as propriedades de Deus”

“Pai, o infinito é um número par ou ímpar?”

E o pai conta que tudo o que conseguia responder era: “Eu não faço ideia, filho!”

 

Esse mocinho extraordinário diz que quer mudar o mundo:

“Eu quero ser um cirurgião. Quero terminar meus estudos e depois ir para a Universidade de Oxford em tempo integral ”

O pai confirma as habilidades do filho, com muito orgulho:

 

 “Ele aprende sobre todos os órgãos e cada uma de suas funções. Ele pode nomear cada parte do cérebro usando os termos técnicos em latim.

Ele também é bom em japonês!

Basicamente, ele é autodidata. Ele vai a restaurantes japoneses e faz pedidos em japonês!

Tenho tanto orgulho dele “

Exercícios físicos e autismo

 

Artigo original: “Effects of physical exercise on AutismSpectrum Disorders: A meta-analysis”

Autores: Michelle Sowa, Ruud Meulenbroek

Revista de Publicação: Elsevier e Sciene

Data: January–March 2012

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1750946711001516

 

É de conhecimento geral que o exercício físico regular pode trazer diversos benefícios à saúde física e mental, mas quais são os benefícios específicos do exercício físico aos autistas?

A pesquisa que abordamos nesse post analisou 16 estudos sobre esse tópico, avaliando um total de 133 crianças e adultos autistas que receberam atividades físicas regulares de forma individual e em grupo.

As dificuldades motoras comuns do autismo não foram levadas em conta na análise dos benefícios do exercício físico para portadores de TEA.

Notou-se que aqueles que receberem acompanhamento individual durante a prática de atividades físicas tiveram progresso significativo e maior do que aqueles que foram acompanhados dentro de grupos. Esse progresso contou até mesmo com melhoras nas habilidades sociais. 

Embora o tamanho geral da amostra fosse pequeno, os resultados combinados permitem a conclusão provisória de que, em termos de desempenho motor e habilidades sociais, crianças e adultos com TEA se beneficiam mais de intervenções de exercícios individuais. Vale ressaltar que, antes de alterar a sua rotina de exercícios físicos ou a de um autista do seu convívio, é ideal buscar a opinião de um especialista em TEA.

Terapia ABA é efetiva?

 

Artigo original: “The effectiveness of applied behavioranalytic interventions for children with Autism Spectrum Disorder: Ameta-analytic study”

Autores: Maria K. Makrygianni, Angeliki Gena, Sofia Katoudi, Petros Galanis

Revista de publicação: Science e Elsevier

Data de publicação: July 2018

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1750946718300485?via%3Dihub

 

É de conhecimento geral que a Terapia ABA é uma intervenção amplamente implementada para os portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Muitos estudos e profissionais recomendam a ABA, já que ela mostra resultados altamente eficazes. No entanto, alguns pesquisadores discordam da intensidade desses resultados. A pesquisa que abordaremos nesse post analisou criticamente os efeitos da Terapia ABA em indivíduos autistas.

Essa análise foi feita a partir de 29 estudos previamente publicados. Avaliou-se a melhora dos pacientes a partir dos seguintes critérios:

-testes verbais e nãos verbais de QI

-expressão e recepção da linguagem na comunicação

- adaptação comportamental

Esta avaliação ocorreu por meio de comparações de resultados pré e pós-intervenção ABA.

 

Os resultados indicaram que os programas ABA são moderadamente a altamente eficazes, trazendo benefícios significativos para crianças com ASD nas áreas acima mencionadas. De forma mais específica, eles foram

muito eficazes na melhoria das habilidades intelectuais,

moderadamente a muito eficaz na melhoria das habilidades de comunicação (linguagem expressiva e receptiva)

moderadamente eficaz em melhorar o QI fornecido por testes não verbais,

e teve baixa eficácia na melhoria das habilidades de vida diária.

Vale ressaltar que os resultados desse estudo são fruto da análise de um pequeno grupo de pessoas em localidades específicas. Antes de alterar as intervenções do tratamento de um parente ou conhecido portador do autismo, consulte um especialista em TEA.

Ansiedade social e autismo

 

Artigo original: “Social anxiety in autism spectrumdisorder: A systematic review”

Autores: DebbieSpainab,  Jacqueline Sinc,  Kai B.Lindera,  Johanna McMahond,  Francesca Happéa

Revista de publicação: Science

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1750946718300643

 

A ansiedade social é comum entre os portadores do Transtorno do Espectro Autista.

A pesquisa que abordamos nesse post analisou 24 estudos (25 artigos) previamente publicados que abordavam a relação entre a ansiedade social e o autismo.

 Esses estudos foram realizados nos Estados Unidos (13), Reino unido (4), Holanda (2), Japão (1), Australia e Taiwan (1), Israel (1), Suécia (1) e Singapura (1) .

Concluiu-se que a ansiedade social em indivíduos portadores de TEA é relacionada às dificuldades sociocomunicativas, dificuldades de compreensão de comandos e motivação social reduzida.

Não foi encontrada relação entre a ansiedade social e os comportamentos repetitivos e sensibilidades sensoriais comuns do espectro autista.

Mais estudos, empregando desenhos qualitativos e quantitativos, são necessários para aumentar a compreensão dos mecanismos causais, de manutenção e de proteção para AS em ASD.

Obesidade dos pais e desenvolvimento do autismo nas crianças

 

Artigo original: “Parental obesity and risk ofautism spectrum disorder”

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24709932/

Autores: Pål Surén Nina Gunnes Christine Roth Michaeline Bresnahan Mady Hornig Deborah Hirtz Kari Kveim Lie W Ian Lipkin Per Magnus Ted Reichborn-Kjennerud Synnve Schjølberg Ezra Susser Anne-Siri Oyen George Davey Smith Camilla Stoltenberg 

Revista de publicação: PubMed.gov

 

O estudo que vamos citar nessa postagem investigou a relação entre a obesidade dos pais e o risco do desenvolvimento do autismo nas crianças.

Foram analisados dados de 92 909 crianças norueguesas de 4 a 13 anos, das quais 419 foram diagnosticadas portadoras do Transtorno do Espectro Autista.

Considerou-se obeso o indivíduo que apresentava Indice de Massa Corporal maior que 30 (IMC≥30)

Concluiu-se que a relação entre a obesidade materna e o autismo da criança era baixa.

Já a obesidade paterna mostrou os seguintes dados para o desenvolvimento de autismo moderado e grave nos filhos:

0,27% (25 de 9267) em filhos de pais obesos

0,14% (59 de 41 603) em filhos de pais com peso padrão

Já para o autismo leve (citado no estudo ainda como Síndrome de Asperger), analisou-se apenas pais de crianças com menos de 7 anos de idade, e foram coletados os seguintes números:

0,38% (18 de 4761) em filhos de pais obesos

0,18% (42 de 22 736) em filhos de pais com peso normal

Vale ressaltar que as conclusões desse estudo não são universais, já que foi avaliado um grupo pequeno de crianças e pais e em uma localidade específica. Consulte com seu médico antes de tomar atitudes em relação ao seu peso e/ou arquitetar hipóteses sobre o diagnóstico de um autista do seu convívio.

Autiamo e uso de remédios para asma na gravidez

 

Artigo original: “In utero exposure to ritodrine during pregnancy andrisk of autism in their offspring until 8 years of age”

Revista de publicação: Nature

Autores: Jungsoo ChaeGeum Joon ChoMin-Jeong OhKeonVin ParkSung Won HanSuk-Joo ChoiSoo-young Oh, Cheong-Rae Roh 

O estudo que vamos abordar nesse post relaciona o uso de medicamentos para a asma (ritodrina) durante a gravidez com o desenvolvimento do autismo na criança.

A análise foi feita usando dados coletados na Coreia do Sul entre os anos de 2007 e 2008. Participaram do estudo 770 016 mães, das quais 30 959 foram expostas ao medicamento ritodrina durante a gravidez.

Dessas mães, 5583 dos filhos foram diagnosticados com autismo até os 8 anos de idade. Concluiu-se que o risco de desenvolvimento de autismo em filhos de grávidas usuárias de ritodrina é de 1,37%, e em grávidas não usuárias é de 0,70%.

(Esses números não consideram um segundo fator analisado: o parto prematuro)

Analisando também os números de partos prematuros relacionados ao uso de ritodrina e ao desenvolvimento do autismo, foram indicadas as seguintes porcentagens de probabilidade de desenvolvimento do TEA nas crianças:

Em partos prematuros: 2.43%

Em partos prematuros de mães que usam ritodrina: 3,70%

Em partos em tempo normal: 0,66%

Em partos em tempo normal de mães que usam ritodrina: 0,85%

Vale ressaltar que esse estudo não apresenta conclusões universais, já que é analisado apenas um pequeno grupo de grávidas em um país específico. Consulte seu obstetra antes de alterar suas medicações durante a gravidez.

Autistas se apaixonam?

 

Artigo original: Differences in Romantic RelationshipExperiences for Individuals with an Autism Spectrum Disorder

Autores: Grace Hancock, Mark A. Stokes, Gary Mesibov

Revista de publicação: SpringerLink


Indivíduos com transtorno do espectro do autismo (ASD) experimentam dificuldades variadas em seu cotidiano e desenvolvimento, e isso inclui os relacionamentos românticos.

Essa pesquisa sugere que, em comparação com indivíduos neurotípicos, os autistas têm um nível semelhante de interesse romântico, mas menos sucesso no relacionamento e menor satisfação com conexões românticas.

O estudo explorou a experiência de um relacionamento positivo e como ela pode ser diferente para indivíduos autistas.

Foram recrutadas 459 pessoas, das quais 232 eram autistas e 64% do sexo feminino. A pesquisa foi guiada pelo método de amostragem pela Internet e questionários online, como o Sexual Behavior Scale (“Escala de comportamento Sexual”) .

Notou-se que indivíduos com TEA relataram um nível semelhante de interesse em relacionamentos em comparação aos neurotípicos, mas relataram menos oportunidades de encontrar novos parceiros, tiveram relacionamentos mais curtos e maior ansiedade de encontrar um parceiro em potencial. Além disso, os pacientes autistas relataram aprender menos sobre sexualidade.

Foi relatado que a qualidade dos relacionamentos para os neurotípicos se relacionava às dificuldades comuns de relacionamentos, já os autistas afirmavam que as dificuldades do autismo eram também um entrave para o alcance de uma boa qualidade de relacionamento.