Hipersensibilidade olfativa autismo

 

Sensibilidade olfativa aprimorada em condições do espectro do autismo

Chris Ashwin 1, Emma Chapman 2, Jessica Howells 2, Danielle Rhydderch 2, Ian Walker 3, Simon Baron-Cohen 4

Como já comentamos em postagens anteriores, pessoas autistas podem apresentar diversos tipos de hipersensibilidade sensorial, entre eles, a hipersensibilidade olfativa.

Nossa equipe encontrou um artigo científico da revista PubMed que abordava exatamente esse tema.

Esse estudo contou com a participação de 17 homens autistas e 17 homens neurotípicos, e a sensibilidade olfativa deles foi testada usando o “Alcohol Sniff Test” (AST), que é uma avaliação clínica que calcula a maior distância entre a fonte de odor e o indivíduo para que ele consiga sentir o cheiro.

Detectou-se que os homens autistas conseguiam sentir o cheio a uma distância média 24,1 cm, enquanto os homens neurotípicos apresentaram uma distância média de 14,4 cm

Concluiu-se, portanto, que a hipersensibilidade olfativa está intensamente relacionada ao Transtorno do Espectro Autista.

Diante dessas informações, é importante refletirmos sobre a empatia, uma característica muito importante quando estamos falando sobre qualquer tipo de hipersensibilidade.

Se uma pessoa se recusa ao máximo a provar uma comida ou reclama sobre o cheiro de um ambiente, muitas vezes escutamos frases do tipo:

“Quanta frescura! Você já é um adulto, deveria comer de tudo!”

“Que criança fresca!”

“Se fosse filho meu...”

Nessas situações, devemos ser respeitosos e empáticos afinal, essa pessoa pode apresentar uma intensa hipersensibilidade olfativa e sentir os cheiros de forma muito diferente!

Se você não gosta do cheiro de uma comida, você a come mesmo assim?

Então jamais force uma pessoa, independente da idade dela, a comer/ ficar em um ambiente cujo cheiro não a agrada.