SELETIVIDADE ALIMENTAR NO AUTISMO

 

O que é a seletividade alimentar?

Antes de mais nada, é importante ressaltar que muitas crianças neurotípicas apresentam relutâncias e breves seletividades na alimentação, no entanto, essa seletividade é ainda mais intensa entre os autistas.

Por conta de uma hipersensibilidade sensorial, muitos autistas se sentem extremamente desconfortáveis com algumas cores, texturas, sabores, temperaturas, cheiros e formas dos alimentos.

Recomenda-se que seja oferecida uma mesma comida de variadas formas (assada, frita, cozida, crua, quente, gelada) até que se encontre uma que não afete o paladar do autista.

Além disso, podemos verificar uma relação entre a seletividade alimentar e a padronização (dificuldade de lidar com “mudanças”). Um exemplo disso é que muitos adultos e crianças autistas preferem industrializados (bolachas, sopas, etc) a alimentos naturais (frutas, verduras, vegetais). Isso pode ser explicado pelo fato de que o alimento industrializado sempre tem o mesmo gosto, a mesma textura, a mesma cor, enquanto jabuticabas, por exemplo, têm cores, tamanhos, sabores diferentes: algumas são docinhas, outras mais azedinhas, outras mal tem gosto, algumas tem caroços maiores, outras menores... muitas variações imprevisíveis!

A preferencia pela padronização e pela previsibilidade pode ser também identificada na relutância de muitos autistas em experimentarem alimentos novos: como comer algo que você não sabe o gosto e a textura?

 

Como amenizar as consequências nutricionais da seletividade alimentar?

É importante que a pessoa com seletividade alimentar busque o acompanhamento de nutricionistas, nutrólogos e psicólogos para a organização de uma dieta e uma suplementação vitamínica que não rompam as preferencias do autista e o auxiliem a repor os nutrientes não ingeridos. Além disso, esses profissionais auxiliarão a identificar os padrões preferidos (sabores, texturas comuns entre os alimentos mais bem “aceitos”) e achar novos alimentos que se encaixam nesses padrões, de forma a enriquecer a dieta do autista com seletividade alimentar.


Essa postagem foi inspirada no texto "Autismo e Seletividade Alimentar:

o que é e como ajudar?"

https://www.grupoconduzir.com.br/o-autismo-e-seletividade-alimentar/

  • Cermak, S. A., Curtin, C., & Bandini, L. G. (2010). Food selectivity and sensory sensitivity in children with autism spectrum disorders. Journal of the American Dietetic Association110(2), 238–246. http://doi.org/10.1016/j.jada.2009.10.032.
  • Marí-Bauset, S., Zazpe, I., Marí-Sanchis, A., Llopis-González, A., & Morales-Suárez-Varela, M.M. (2014). Food selectivity in autism spectrum disorders: a systematic review. Journal of child neurology, 29 11, 1554-61.